Sunday, 3 March 2013

Inverno

(Algo que escrevi em pleno Inverno - nao sei o ano - e que encontrei hoje aqui no meio das minhas coisas... no meu mundo)


Dou comigo a pensar

A pensar no que tenho pensado...

Agir não tem sido o meu verbo,

Neste tempo de chuva e Inverno.

Estes dias que não acabam e que pouco ou nada acontece.

E quando acontece, é indiferente...

A chuva apaga as gentes?

A água da chuva torna o chão mais limpo...

Mas não dá tempo de secar!

Parece que está sempre à espera de ver alguém, na calçada tropeçar!

É por isso que nesses dias cinzentos as pessoas só olham para baixo.

E nem se olham...

Parece que só andam preocupadas com o seu pequeno mundo...

E com o medo de caírem nas poças de lama, a cada passo que dão.

Quando olham para cima, ou tentam ver longe,

O frio e a chuva transfiguram.

As caras ficam feias!

E desistem... Voltam a olhar para baixo...

Mas para onde, mesmo? Pés, umbigo ou chão?

O tempo influencia as gentes...

O cinzento é o nin e o mais ou menos.

É cor que não permite ver ninguém e não distingue contrastes

(É por isso que as árvores só têm uma cor no Inverno e, nos tempos quentes, é dona das coloridas flores... Deve ser também por isso que as flores estão escondidas no meio do verde, para não perder a cor...)

E se olharmos para o céu, não há nuvens nem sol!

Apenas uma camada que cega e rouba esperança!

Mas o sol virá!


Margarida Ventura


A minha estação é, definitivamente, o Verão! Tempo de maior actividade e do mais variado lazer!

Saturday, 17 September 2011

Animated Richmond








Accidently, I found this city in a complete mess! Why is everyone in stripy shirts and sailors hats? A boat is moving on the pavement transporting people with posh demanding accents, a couple of dancers coming from a time machine, 20's jazz playing in the background,...
Am I in a film?
That was today.

Tuesday, 19 July 2011

The National Archives

It is dangerous to try to turn a place that is meant to bring History and past documents into a modern looking "library".
Where is the real wood brought from India in early centuries? Where is the dark smell of books and a weak and beautiful lamp? Where is the blue, red, green velvet that makes you feel close to the untouchable? Culture and knowledge brings you there, but in this place you don't feel it...
Register on the computer! Queues to get a sophisticated ID card. No pens, just pencils! Carry everything in a transparent plastic bag! Uh! Terrorism!
Everything TECH-NO-LOGIC! Printer 1, Printer 2, Printer 3, "Enquiries", computers everywhere! Open spaces... One sculpture in the corner. Men with weird beards and women with untidy hair!
"Fire Exit"! I'm on fire, should I run that way?

Saturday, 13 March 2010

Hoje...


Hoje apetecia-me velejar
Velejar num mar de pensamentos...
De desabafos.
Viajar para um mundo distante,
Um mundo mais próximo do meu coração...
Porque hoje o meu coração nao esta aqui,
No lugar onde me encontro...

Tento chorar um mar de lágrimas...
Talvez para tornar tudo mais real...
Para não deixar meu barco virar em terra seca.
Para o manter em pé e a seguir conforme o vento!

Mas tenho que saber dominar as velas!
Tenho que escolher para onde quero ir!
O rumo a seguir!
Escolher o meu norte na minha bússola descontrolada!
Mas a Terra vai girando, deixando-me tonta!
Gira e rodopia, fazendo o tempo passar!...

Se um dia tive rumo,
E se no outro dia tive convicção para o mudar,
Agora nao sei a praia que me chama!
Não sei se vejo farol, que me indique que estou perto!
Que me ilumine e me cative!

Às vezes vejo uma luz...
Uma luz que se acende com força,
Mas que se apaga nesse mesmo momento!
Uma luz que permanece tanto tempo acesa,
Como o tempo que esta apagada!

Mas eu nao quero um farol que me cega na escuridão do mar!
Eu quero uma luz, que me ilumine todo o dia!
Uma luz pernamente!
Uma luz que pode ser atenuada por nuvens,
Mas que rapidamente as afasta!
Uma luz que me faça ganhar cor,
Em vez de me tirar a cor constantemente!

Margarida Ventura
13 de Março de 2010

Tuesday, 2 June 2009

Tempo que corre...


Por momentos não tenho mãos a medir...
Consulto vários relógios,
A vida chama por mim
Em lugares que não têm fim!
Suspiro, rodopio, fervo!
Dias se passam assim...

Friday, 8 May 2009

Cores
















Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo, cores
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca,
Uma cápsula protetora
Eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome nos meninos que têm fome

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados de um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

(Letra da música "Cores" de Adriana Calcanhoto)

Saturday, 4 April 2009

Porque às vezes preciso de me expressar...

"(...)
Os ponteiros giram sempre na mesma direcção...
Num ritmo assustadoramente certo...
Assustadoramente constante!
O tempo vai passando...
Eu vou ficando...
Ficando...
Vou ficando só, com os meus bloqueios,
Com os meus dramas,
Com os meus medos!...

(...)

Sentir!
Quero sentir!
Quero sorrir, dançar, beijar!
Quero um corpo e quero uma alma!
Quero uma alma completa!
Um alma que me complete!
Um corpo que me abrace e não fuja!
Um corpo possuído pelo prazer!
Um corpo infinito, com mãos infinitas!
Uns lábios prontos...
Uns olhos sinceros e brilhantes!
Um pé no chão e um pé nas nuvens!
Quero voar!
Quero Primaverar!"

(excertos de "Vago" por Margarida Ventura)